31 de jan. de 2012
Converte-me e serei Convertido - João Calvino
Excelente video, no qual ouvimos as palavras do reformador a respeito da conversão.
Os videos foram produzidos pelo Rev. Josemar Bessa, (confira o site dele aqui) e são publicados aqui com permissão.
17 de jan. de 2012
Eleição e Predestinação - João Calvino
Mais um video do João Calvino. Nesse video o reformador fala de questões como eleição e predestinação.
Os videos foram produzidos pelo Rev. Josemar Bessa, (confira o site dele aqui) e são publicados aqui com permissão.
8 de jan. de 2012
As Institutas em Video - Cápitulo III
João Calvino – Síntese Biográfica
Alderi Souza de Matos
- João Calvino nasceu em Noyon, nordeste da França, no dia 10 de julho de 1509. Seu pai, Gérard Calvin, era advogado dos religiosos e secretário do bispo local. Aos 12 anos, Calvino recebeu um benefício eclesiástico cuja renda serviu-lhe de bolsa de estudos.
Em 1523, foi residir em Paris, onde estudou latim e humanidades (Collège de
la Marche) e teologia (Collège de Montaigu). Em 1528, iniciou seus estudos
jurídicos, primeiro em Orléans e depois em Bourges, onde também estudou grego
com o erudito luterano Melchior Wolmar. Com a morte do pai em 1531, retornou a
Paris e dedicou-se ao seu interesse predileto – a literatura clássica. No ano
seguinte publicou um comentário sobre o tratado de Sêneca De Clementia.
- Calvino converteu-se à fé evangélica por volta de 1533, provavelmente sob a influência do seu primo Robert Olivétan. No final daquele ano, teve de fugir de Paris sob acusação de ser o co-autor de um discurso simpático aos protestantes, proferido por Nicholas Cop, o reitor da universidade. No ano seguinte, voltou a Noyon e renunciou ao benefício eclesiástico. Escreveu o prefácio do Novo Testamento traduzido para o francês por Olivétan (1535).
- Em 1536 veio a lume primeira edição da sua grande obra, As Institutas ou Tratado da Religião Cristã, introduzidas por uma carta ao rei Francisco I da França contendo um apelo em favor dos evangélicos perseguidos. Alguns meses mais tarde, o reformador suíço Guilherme Farel o convenceu a ajudá-lo na cidade de Genebra, que acabara de abraçar a Reforma. Logo, os dois líderes entraram em conflito com as autoridades civis sobre questões eclesiásticas, sendo expulsos em 1538.
- Calvino foi para Estrasburgo, onde residia o reformador Martin Bucer. Atuou como pastor, professor, participante de conferências e escritor. Produziu uma nova edição das Institutas (1539), o Comentário da Epístola aos Romanos, a Resposta a Sadoleto (uma apologia da fé reformada) e outras obras. Casou-se com a viúva Idelette de Bure (falecida em 1549).
- Em 1541, Calvino retornou a Genebra por insistência dos governantes da cidade. Assumiu o pastorado da igreja reformada e escreveu para a mesma as célebres Ordenanças Eclesiásticas. Por catorze anos, enfrentou grandes lutas com as autoridades civis e algumas famílias influentes (os "libertinos"). Apesar de estar constantemente enfermo, desenvolveu intensa atividade como pastor, pregador, administrador, professor e escritor. Produziu comentários sobre quase toda a Bíblia.
- Em 1555, os partidários de Calvino finalmente derrotaram os "libertinos." Os conselhos municipais passaram a ser constituídos de homens que o apoiavam. A Academia de Genebra, embrião da futura universidade, foi inaugurada em 1559. Nesse mesmo ano, Calvino publicou a última edição das Institutas. O reformador faleceu aos 55 anos em 27 de maio de 1564.
Os videos foram produzidos pelo Rev. Josemar Bessa, (confira o site dele aqui) e são publicados aqui com permissão.
6 de jan. de 2012
TULIP - Os Cinco Pontos do Calvinismo - 5 - A Perseverança dos Santos
Continuando a série sobre os cinco pontos do Calvinismo, chegamos ao último ponto, que, para muitas pessoas, é um dos mais polêmicos. Salvação, se perde ou não? Lembrando mais uma vez que para um entendimento melhor é importante que se leia os outros pontos antes para ter uma compreensão mais integrada da questão (Veja aqui)
A QUEDA DA GRAÇA
CONTRASTADA COM A PERSEVERANÇA DOS SANTOS
Arminianismo: Aqueles que crêem e
são verdadeiramente salvos podem perder sua salvação por não guardar a sua fé.
Nem todos os arminianos concordam com este ponto. Alguns sustentam que os
crentes estão eternamente seguros em Cristo; que o pecador, uma vez regenerado,
nunca pode perder a sua salvação.
Calvinismo: Todos aqueles que
são escolhidos por Deus e a quem o Espírito concedeu a fé, são eternamente
salvos. São mantidos na fé pelo poder do Deus Todo Poderoso e nela perseveram
até o fim.
E. PERSEVERANÇA DOS SANTOS OU SEGURANÇA DOS CRENTES
Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o céu.
A doutrina da perseverança dos santos não mantém que todos que
professam a fé cristã estão garantidos para o céu. São os santos - os que são
separados pelo Espírito - os que perseveram até o fim. São os crentes - aqueles
que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo - os que estão seguros e salvos
nEle. Muitos que professam a fé cristã caem, mas eles não caem da graça pois
nunca estiveram na graça. Os crentes verdadeiros caem em tentações e cometem
graves pecados, às vezes, mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou
a separá-los de Cristo. A Confissão de Fé de Westminster diz o seguinte a
respeito dessa doutrina: "Os que
Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo
seu Espírito, não podem decair no estado da graça, nem total, nem finalmente;
mas, com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão
eternamente salvos" (XVII, 1)( Ref. Fil. 1: 6; João 10: 28-29; I Ped. 1:5, 9).
Boettner certamente
está correto em afirmar que "essa
doutrina não se manifesta isoladamente, mas é uma parte necessária do sistema
calvinista de teologia. As doutrinas da Eleição e da Graça Eficaz implicam
logicamente na salvação certa daqueles que recebem essas bênçãos. Se Deus
escolheu homens de modo absoluto e incondicional para a vida eterna, e se o Seu
Espírito efetivamente aplica-lhes os benefícios da redenção, a conclusão
inevitável é que essas pessoas serão salvas" (op. cit., p.182).
Os Calvinistas sustentam muito simplesmente que a salvação desde
que é obra realizada inteiramente pelo Senhor – e que o homem nada tem a fazer
antes, absolutamente, “para ser salvo” -, é óbvio que o “permanecer salvo” é,
também, obra de Deus, à parte de qualquer bem ou mal que o eleito possa
praticar. Os eleitos “perseverarão” pela simples razão de que Deu prometeu
completar em nós a obra que ele começou. Por isso, os cinco pontos de TULIP
incluem a “Perseverança dos Santos”.
Sim, os santos perseverarão porque o Senhor declara que quer
perseverar em favor deles, e quer guardá-los! Se a perseverança depende do
homem volúvel, com sua pecaminosa natureza decaída, então ele não tem
esperança. A perseverança dos santos depende da graça irresistível que nos é
assegurada porque Cristo morreu por nós, uma vez que a expiação que temos, por
seu sangue, é limitada aos eleitos. Essa eleição, graças a Deus, não está
baseada em qualquer condição de bem pré-conhecido por nós, pois “bom não há sequer um”! Pela graça de
Deus, a eleição é incondicional e não se pode encontrar nenhuma condição por
parte do homem, visto que ele é totalmente depravado, Isto é, totalmente
incapaz de exercer boa vontade para com Deus, totalmente impotente para, por
isso mesmo, alcançar a vida ou, por sua livre vontade, totalmente incapaz de
livrar-se do super poder do deus da morte.
Os seguintes versículos mostram que o povo de Deus
recebe a vida eterna no momento em que crê. Estes são guardados pelo poder de
Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram selados com o
Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e, desta forma,
estão assegurados para uma herança eterna:
Is 43.1-3 Mas agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó
Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.
Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em
ti. Eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de
Israel, o teu Salvador; por teu resgate dei o Egito, e em teu lugar a Etiópia e
Seba.
Is 54.10 Pois as montanhas se
retirarão, e os outeiros serão removidos; porém a minha benignidade não se
apartará de ti, nem será removido ao pacto da minha paz, diz o Senhor, que se
compadece de ti.
Jr 32.40 e farei com eles um pacto
eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu
coração, para que nunca se apartem de mim.
Mt 18.12-14 Que vos parece? Se alguém
tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos
montes para ir buscar a que se extraviou? E, se acontecer achá-la, em verdade
vos digo que maior prazer tem por esta do que pelas noventa e nove que não se
extraviaram. Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que
venha a perecer um só destes pequeninos.
Jo 3.16 Porque Deus amou o mundo de
tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Jo 3.36 Quem crê no Filho tem a
vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de Deus.
Jo 5.24 Em verdade, em verdade vos
digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida
eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.
Jo 6.35-40 Declarou-lhes Jesus. Eu sou
o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim
jamais terá sede. Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não
credes. Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma
o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a
vontade daquele que me enviou. E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não
perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último
dia. Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e
crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
Jo
6.47 Em verdade, em verdade vos digo:
Aquele que crê tem a vida eterna.
Jo 10.27-30 As minhas ovelhas ouvem a
minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e
jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é
maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai
somos um.
Jo 17.11-12 Eu não estou mais no mundo;
mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome, o
qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Enquanto eu estava com
eles, eu os guardava no teu nome que me deste; e os conservei, e nenhum deles
se perdeu, senão o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
Jo
17.15 Não rogo que os tires do mundo,
mas que os guardes do Maligno.
Rm 5.8-10 Mas Deus dá prova do seu
amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por
nós. Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele
salvos da ira. Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com
Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos
salvos pela sua vida.
Rm 8.1 Portanto, agora nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
Rm 8.29-30 Porque os que dantes
conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a
fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a
estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que
justificou, a estes também glorificou.
Rm 8.35-39 quem nos separará do amor
de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a
nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos
entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados,
nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a
profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
I Co 1.7-9 de maneira que nenhum dom
vos falta, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, o
qual também vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de
nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a
comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.
I Co 10.13 Não vos sobreveio nenhuma
tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados
acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída,
para que a possais suportar.
II Co 4.14 sabendo que aquele que
ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará a nós com Jesus, e nos apresentará
convosco.
II Co 4.17 Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno
peso de glória;
Ef 1.5 e nos predestinou para
sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito
de sua vontade,
Ef 1.13-14 no qual também vós, tendo
ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também
crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor da
nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória.
Ef 4.30 E não entristeçais o
Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.
Cl 3.3-4 porque morrestes, e a vossa
vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se
manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.
I Ts 5.23-24 E o próprio Deus de paz vos
santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o
que vos chama, e ele também o fará.
II Tm 4.18 E o Senhor me livrará de
toda má obra, e me levará salvo para o seu reino celestial; a quem seja glória
para todo o sempre. Amém.
Hb 9.12 e não pelo sangue de bodes
e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo
lugar, havendo obtido uma eterna redenção.
Hb 9.15 E por isso é mediador de um
novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões
cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança
eterna.
Hb 10.14 Pois com uma só oferta tem
aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados.
Hb 12.28 Pelo que, recebendo nós um
reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus
agradavelmente, com reverência e temor;
I Pe 1.3-5 Bendito seja o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos
regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os
mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível,
reservada nos céus para vós, que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a
fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo;
I Jo 2.19 Saíram dentre nós, mas não
eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas
todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.
I Jo 2.25 E esta é a promessa que ele
nos fez: a vida eterna.
I Jo 5.4 porque todo o que é nascido
de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
I Jo 5.11-13 E o testemunho é este: que
Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem
a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevo,
a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida
eterna.
I Jo 5.20 Sabemos também que já veio
o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é
verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus
Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
Jd 1.24-25 Ora, àquele que é poderoso
para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e
jubilosos, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor,
glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para
todo o sempre. Amém.
Sumário dessas Posições:
De acordo com o Arminianismo: A salvação é realizada através da combinação de esforços de Deus
(que toma a iniciativa) e do homem (que deve responder a essa iniciativa). A
resposta do homem é o fator decisivo (determinante). Deus tem providenciado
salvação para todos, mas Sua provisão só se torna efetiva (eficaz) para aqueles
que, de sua própria e livre vontade, “escolhem” cooperar com Ele e aceitar Sua
oferta de graça. No ponto crucial, a vontade do homem desempenha um papel
decisivo. Desta forma é o homem, e não Deus, que determina quem será o
recipiente do dom da salvação.
Este era o sistema de
doutrina apresentado na “Remonstrance” (Representação) dos Arminianos e
rejeitado pelo Sínodo de Dort em 1619, por não ser bíblico.
De acordo com o Calvinismo: A salvação é realizada pelo infinito poder do Deus Triuno. O Pai
escolheu um povo, o Filho morreu por ele e o Espírito Santo torna a morte de
Cristo eficaz para trazer os eleitos à fé e ao arrependimento; desse modo,
fazendo-os obedecer voluntariamente ao evangelho. Todo o processo (eleição,
redenção, regeneração, etc.) é obra de Deus e é operado tão somente pela graça.
Desta forma, Deus e não o homem, determina quem serão os recipientes do dom da
salvação.
Este sistema de
teologia foi reafirmado pelo Sínodo de Dort em 1619 como sendo a doutrina da
salvação contida nas Escrituras Sagradas. É o sistema apresentado na Confissão
de Fé de Westminster e em todas as Confissões Reformadas. Na época do Sínodo de
Dort foi formulado em “cinco pontos” (em resposta aos cinco pontos submetidos
pelos arminianos à Igreja da Holanda) e têm sido, desde então, conhecidos como
“os cinco pontos do Calvinismo”.
_____________________________________________________________________
“Eu sou
cativo da Palavra de Deus! Não posso fazer outra coisa! Aqui eu permaneço!”
Lutero
Para elaborar esse estudo usei amplamente os livros: TULIP – Os cinco pontos do Calvinismo à Luz das Escrituras (Editora Parakletos) de Duane Edward Spencer (pode ser encontrado aqui), e Os Cinco Pontos do Calvinismo (Tradução livre e adaptada do livro The Five Points of Calvinism - Defined, Defended, Documented, de David N. Steele e Curtis C. Thomas, Partes I e II, [Presbyterian & Reformed Publishing Co, Phillipsburg, NJ, USA.], feita por João Alves dos Santos) (o segundo pode ser encontrado aqui)
Outros Recursos:
http://www.youtube.com/watch?v=Sy0e8Ok53S0
– John Piper sobre Depravação Total e Graça Irresistível
http://www.youtube.com/watch?v=AjxJdjFmh2M
– John Piper sobre Eleição Incondicional
http://www.igrejaesperanca.org.br/podcast/series/3-os-canones-de-dort
- Pr. Guilherme de Carvalho explica os 5 pontos.
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4 de jan. de 2012
As Institutas em Video - Cápitulo II
O segundo video das Institutas: Não fabricamos um Deus, por João Calvino.
O nome Institutas é uma tradução do título original em latim da obra, Institutio christianae religionis. Institutas quer dizer instrução, ensino. Um nome mais simples para a obra poderia ser Ensino Sobre o Cristianismo, aliás, título utilizado em um resumo da obra feito pelo teólogo J. P. Wiles.
O nome Institutas portanto não é de forma alguma ligado a instituições de qualquer tipo, como o nome por vezes é erroneamente compreendido e divulgado (a não ser que pensemos na instituição do ensino, mas essa não é a ideia proposta pelo livro).
A primeira edição foi publicada em 1536 em latim. A última edição, totalmente revisada, foi dos 1559. As Institutas são a referência primária para o sistema de doutrinas adotado pelas Igrejas Reformadas, influenciando também outras surgidas na Reforma ou em período próximo. As ideias de Calvino são as bases para o conjunto de doutrinas usualmente chamado de Calvinismo.
As Institutas quando do seu lançamento recebeu um título bem sugestivo para o que pretendia a ser:
1.Lei
a.Conhecimento de Deus
b.Conhecimento do homem
c.Lei e decálogo
d.Justificação
2.Fé
Credo dos Apóstolos:
a.parte 1
b.parte 2
c.parte 3
d.parte 4
eleição e predestinação
3.Oração
4.Sacramentos
arrependimento, satisfação
5. Liberdade cristã etc.
a.Liberdade Cristã
b.Poder eclesiástico
c.Governo Civil
Os videos foram produzidos pelo Rev. Josemar Bessa, (confira o site dele aqui) e são publicados aqui com permissão.
O nome Institutas é uma tradução do título original em latim da obra, Institutio christianae religionis. Institutas quer dizer instrução, ensino. Um nome mais simples para a obra poderia ser Ensino Sobre o Cristianismo, aliás, título utilizado em um resumo da obra feito pelo teólogo J. P. Wiles.
O nome Institutas portanto não é de forma alguma ligado a instituições de qualquer tipo, como o nome por vezes é erroneamente compreendido e divulgado (a não ser que pensemos na instituição do ensino, mas essa não é a ideia proposta pelo livro).
A primeira edição foi publicada em 1536 em latim. A última edição, totalmente revisada, foi dos 1559. As Institutas são a referência primária para o sistema de doutrinas adotado pelas Igrejas Reformadas, influenciando também outras surgidas na Reforma ou em período próximo. As ideias de Calvino são as bases para o conjunto de doutrinas usualmente chamado de Calvinismo.
As Institutas quando do seu lançamento recebeu um título bem sugestivo para o que pretendia a ser:
-
-
- Christianae religionis Institutio, totam fere píetatis fummã, & quic quid eft in doctrina falutis cognitu neceffarium, conplectens: amnibus pietatis itudioris lectu digniffimum opus, acre cens editum.
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- Institutas da Religião Cristã, resumo quase completo da piedade, abrangendo tudo que, quanto à doutrina da salvação, é necessário conhecer; obra seleta e à altura de todos os estudiosos da vida piedosa, recentemente publicada.
-
Edições brasileiras
Em português do Brasil podemos encontrar três versões da Institutas, duas publicadas pela Editora Cultura Cristã (ECC), organização ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil e uma pela Editora UNESP:- As Institutas - Edição Clássica - 4 volumes (tradução da edição latina de 1559)
- As Institutas - Edição Especial com notas para estudo e pesquisa - 4 volumes (tradução da edição de 1541 em francês)
- A Instituição da Religião Cristã - 2 volumes (tradução da edição latina de 1559)
Divisão
Em sua primeira versão contava com a seguinte divisão:1.Lei
a.Conhecimento de Deus
b.Conhecimento do homem
c.Lei e decálogo
d.Justificação
2.Fé
Credo dos Apóstolos:
a.parte 1
b.parte 2
c.parte 3
d.parte 4
eleição e predestinação
3.Oração
4.Sacramentos
arrependimento, satisfação
5. Liberdade cristã etc.
a.Liberdade Cristã
b.Poder eclesiástico
c.Governo Civil
Os videos foram produzidos pelo Rev. Josemar Bessa, (confira o site dele aqui) e são publicados aqui com permissão.
3 de jan. de 2012
Abraham Kuyper - Biografia
O dr. Abraham Kuyper nasceu em Maassluis, na Holanda, em 29 de Outubro de 1837. Seus pais eram o Rev. Jan Hendrik e Heriette Huber Kuyper. Em Maassluis, e em Middelburg, onde seu pai foi chamado em 1849, freqüentou a escola. Seus professores, nos é dito, tomaram-no a princípio como um menino lento no entendimento. Eles devem ter mudado sua opinião quando, com a precoce idade de doze anos, estava habilitado a entrar no Ginásio em Middelburg.
No tempo
oportuno foi matriculado na Universidade de Leyden, na qual foi graduado com a
mais alta honra. Foi também aqui que obteve seu Doutorado em Teologia Sagrada
em 1863, quando estava com cerca de vinte e seis anos de idade.
Um ano
mais tarde, começou seu ministério em Beesd; foi então chamado para Utrecht, e
dali, em 1870, para Amsterdam. Em 1872, tornou-se Editor Chefe do De
Standaard (O Estandarte), um jornal diário, e o órgão oficial do
partido Anti-Revolucionário, que na política representa o contingente
protestante da nação holandesa. Pouco depois ele assumiu a função de editor do De
Heraut (O Arauto), um jornal semanal distintivamente cristão,
publicado às sextas-feiras. Por mais de quarenta e cinco anos, ocupou ambas
exigentes posições com extraordinário poder e vigor.
Em 1874,
foi eleito membro da Casa Baixa do Parlamento,1 função
que exerceu até 1877. Em 1880, fundou a Universidade Livre de Amsterdam, a qual
tomava a Bíblia como a base incondicional sobre a qual deveria ser erguida toda
a estrutura do conhecimento humano em cada departamento da vida.
Então
seguiram-se vinte anos de árduo labor, na Universidade e fora dela, quando
alguns de seus maiores tratados foram escritos, cobrindo um período que pode
bem ser considerado como tendo exercido uma influência muito importante na
história eclesiástica e política de seu país. Foi por seu labor quase
sobrehumano, não menos do que por sua força e nobreza de caráter, que deixou “pegadas nas areias do tempo” com tal
indelével clareza que em 1907, quando de seu 70 aniversário
foi realizada uma celebração nacional, sendo dito: “A história da Holanda na igreja, no Estado, na imprensa, na escola e
nas ciências dos últimos quarenta anos, não pode ser escrita sem a menção de
seu nome em quase todas as páginas, pois durante este período a biografia do
dr. Kuyper é, numa extensão considerável, a história da Holanda.”
Em 1898,
ele visitou os Estados Unidos da América, onde proferiu as “Palestras Stone” no
Seminário Teológico de Princeton. Foi então que a Universidade de Princeton
conferiu a ele o Doutorado em Direito. Após seu retorno à Holanda, ele
reassumiu seu trabalho como líder do partido Anti-Revolucionário, até que, em
1901, foi convocado pela Rainha Wilhelmina para formar um Ministério. Serviu
como primeiro-ministro até 1905.
A seguir,
gastou mais de um ano em viagem, um relato descritivo da qual apareceu numa
obra de dois volumes, Om de Oude Wereld-Zee (Ao Redor do Velho Mar Mundial),
da qual toda edição foi vendida antes de ser impressa.
Depois
disto, o dr. Kuyper residiu em Haia como Ministro de Estado, na opinião pública
a figura mais importante na terra, e em alguns aspectos sem igual no mundo. Aos
75 anos de idade, começou uma série de artigos semanais na coluna do De
Heraut: “Van de Voleinding” (Do fim do Mundo), 306 artigos ao todo.
A série levou seis anos para ser completada. De Maasbode, uma publicação
Católica Romana dos Países Baixos, refere-se a esta obra como, “a mais excepcional e sem rival em toda
literatura sobre o assunto.” Referências ao fim do mundo são delineadas
através de todos os livros da Bíblia, cuidadosamente expostas, enquanto o
Apocalipse de João é tratado seção por seção.
Quando estava
com 82 anos, o velho dr. Kuyper estava traçando planos para outra grande obra
sobre O Messias, mas o fim veio em 8 de Novembro de 1920. Durante todos
estes anos sua obra foi multiforme a um grau estarrecedor. Como tem sido dito: “Nenhum departamento do conhecimento humano era
estranho a ele.” E quer o tomemos como estudante, pastor ou pregador; como lingüista,
teólogo ou professor universitário; como líder de partido, organizador ou
estadista; como filósofo, cientista, publicista, crítico ou filantropo – há
sempre “algo incompreensível nos
poderosos labores deste lutador incansável; sempre algo tão incompreensível
quanto o gênio sempre é.”
Mesmo
aqueles que discordaram dele, e foram muitos, o honraram como “um oponente de dez cabeças e umas cem mãos.”
Aqueles que compartilharam sua visão e seus ideais o apreciaram e o amaram “como um dom de Deus para nossa época.” Qual
era o segredo deste poder quase sobre-humano?
Em 1897,
no 25º aniversário de sua função como editor do De Standaard, o dr. Kuyper
disse: “Um desejo tem sido a paixão
predominante de minha vida. Uma grande motivação tem agido como uma espora sobre minha mente e
alma. E antes que seja tarde, devo procurar cumprir este sagrado dever que é
posto sobre mim, pois o fôlego de vida pode me faltar. O dever é este: Que apesar
de toda oposição terrena, as santas ordenanças de Deus serão estabelecidas
novamente no lar, na escola e no Estado para o bem do povo; para esculpir, por
assim dizer, na consciência da nação as ordenanças do Senhor, para que a Bíblia
e a Criação dêem testemunho, até a nação novamente render homenagens a Deus.”
Poucos
homens tiveram um ideal como este diante de si. Poucos homens foram tão
obedientes às exigências de um tal propósito de vida como ele, pois literalmente
deu seu próprio corpo, alma e espírito a este alto chamado. Ele procurava
administrar bem seu tempo. Cada hora do dia e da noite tinha sua própria
tarefa. Seus escritos contam mais de duzentas obras, muitas das quais de três e
quatro volumes cada, e cobrem uma série extraordinária de assuntos. Como homem,
apreciava singularmente uma palavra ou ato de bondade por parte dos outros. O
escritor desta nota fala aqui de uma experiência pessoal. O dr. Kuyper conhecia
algo da santa arte de amar. Orgulhava-se de ser um homem do povo. É lembrado
por muitos com admiração e gratidão, que embora pressionado por seus labores
multifários, nunca recusou audiência
a qualquer um que viesse a ele para conselho ou ajuda.
O dr.
Kuyper nunca reivindicou originalidade. Sua vida e labores não podem ser
explicados somente por ele mesmo. Nos restringiremos aqui às correntes ocultas
mais profundas de sua vida espiritual, como o segredo de seu poder fenomenal. Nos
seus primeiros anos, a vida religiosa em seu país estava em decadência. “A vida eclesiástica estava fria e formal. A
religião estava quase morta. Não havia Bíblia nas escolas. Não havia vida na
nação.” Mas não eram raros os sinais de coisas melhores por vir. Já em
1830, Groen van Prinsterer, um membro do Parlamento começou a protestar contra
o espírito dos tempos. “Isto produziu um
reavivamento da proclamação do evangelho – que por natureza todos os homens são
pecadores necessitando do sangue expiador de Cristo. Isto foi encarado como
grande ofensa por muitos. Não demorou muito até que os evangélicos não fossem
mais tolerados. Não era a irreligião que era procurada, mas uma religião que
agradasse a cada um, inclusive os judeus.”
Por isso,
quando o assunto deste esboço estava com um estudante universitário, não era de
se estranhar que ele não sentisse inclinação para o ministério do evangelho.
Ele disse que não tinha simpatia por uma igreja que espezinhou sua própria
honra; nem por uma religião que era apresentada por uma igreja como essa. Ele
acompanhou a corrente moderna, e entusiasticamente tomou parte em aplaudir o
professor Rauwenhoff, que abertamente negou a ressurreição corporal de Jesus. Uma
série de experiências, contudo, produziu profunda impressão sobre o jovem erudito.
A
Universidade de Groningen ofereceu um prêmio para o melhor ensaio sobre João de
Lasco, o grande reformador polonês. Por recomendação de seus professores,
Kuyper resolveu tornar-se um dos competidores. Imagine seu desapontamento
quando após uma cuidadosa pesquisa em todas as grandes bibliotecas de seu país
e nas de toda Europa não conseguiu o material necessário para o trabalho. Como
último recurso, o dr. de Vries, um dos professores em Leyden, que tinha
adquirido um profundo interesse pelo promissor jovem erudito, recomendou-lhe
visitar seu pai em Haarlem (do dr. de Vries), visto que era um excelente
estudante de História e tinha uma extensa biblioteca. Ele foi e ouviu o venerável
pregador dizer que olharia em seus livros, mas que não tinha lembrança de
jamais ter visto uma das obras de Lasco em sua coleção. Uma semana depois
Kuyper retornou para a entrevista. Deixe-o contar por si mesmo a experiência
daquela hora:
“Como eu posso fazer vocês participarem de
meus sentimentos quando,sendo admitido ao venerável pregador, eu o ouvi
dizer-me do modo mais simples, enquanto apontava para uma rica coleção de
duodécimos3
empilhados sobre
uma mesa ao lado: ‘Isto é o que eu encontrei.’ Eu mal pude acreditar em meus
olhos. Tendo pesquisado em vão todas as bibliotecas na Holanda; tendo cuidadosamente
examinado os catálogos das grandes bibliotecas em toda a Europa; tendo lido
muitas vezes nas antologias e nos registros de livros raros nos quais os
títulos das obras de Lasco estavam simplesmente copiados, sem as próprias obras
jamais terem sido vistas; que suas obras, se ainda existe alguma, são
extremamente raras; que a maioria delas, é quase certo, está perdida; que com
uma possível exceção de duas ou três, ninguém as têm tido nas mãos por mais de
duzentos anos – e então, como por um milagre, ser colocado face a face com a
mais rica coleção Lasciana que poderia ser encontrada em qualquer biblioteca na
Europa. Encontrar este tesouro, que era o ‘ser ou não ser’ de meu estimado
ensaio com um homem que tinha sido recomendado por um amigo fiel, mas que ainda
não sabia que o tinha em sua posse e que a apenas uma semana atrás simplesmente
mal se lembrava do nome Lasco – com toda sinceridade, quem em sua própria
experiência deve ter tido uma surpresa como esta, conhecer o que significa ver
um milagre divino confortá-lo em seu caminho.”
Seria
desnecessário dizer que ele ganhou o prêmio. Mas a experiência fez mais – “ela o fez lembrar de Deus.” Ela lançou
uma dúvida sobre seu racionalismo. Ele não poderia mais negar que havia algo
como “o dedo de Deus.” Outra
experiência veio a ele por ocasião da leitura da famosa novela inglesa, O
Herdeiro de Redcliffe, de Charlotte Yonge. Ele devorou o livro. E este deu-lhe
uma impressão sobre a vida da igreja na Inglaterra, tal como estava faltando,
quase completamente, à igreja na Holanda naquele tempo. Isto o colocou em
contato com o profundo significado dos sacramentos, com o caráter impressionante
da adoração litúrgica e com o que ele usou mais tarde para falar como “O Livro
Anotado de Oração.” Mas, além e acima disso, ele sentiu em sua própria alma um
reconhecimento irresistível da realidade de cada experiência espiritual pela
qual o herói do livro, Filipe de Norville, passou. A total autocondenação do
homem quebrantado de coração, de fato sua completa autoaversão, o brilhante
jovem estudante aplicou a si mesmo; isso tornou-se para ele um poder de Deus
para a salvação.
Ponderando
sobre essa experiência ele escreve: “O
que minha alma passou naquele momento, somente vim a entender plenamente mais
tarde; mas todavia naquela hora, não, naquele próprio momento, aprendi a
desprezar o que anteriormente admirava, e a procurar o que anteriormente
rejeitava. Vamos parar por aqui. Vocês conhecem o caráter permanente da
impressão de uma experiência como esta; o que a alma encontra num conflito como
este pertenceàquele algo eterno, que apresenta-se para a alma anos mais tarde,
forte e claramente definido, como se tivesse acontecido ontem.”
Mas,
abaixo de Deus, foi o povo rural de sua primeira paróquia o instrumento para
guiá-lo àquela plenitude de vida espiritual para a qual suas primeiras
experiências apontavam. À medida que ministrava-lhes, admiravam seus talentos;
e logo aprenderam a amá-lo pelo que era; mas colocaram-se sinceramente em
oração conjunta e individual por sua inteira conversão a Cristo. “E,” como Kuyper escreve mais tarde, “sua fiel lealdade tornou-se uma bênção para
meu coração, a ascensão da estrela da manhã da minha vida. Eu tinha sido tocado,
mas não tinha ainda encontrado a Palavra de reconciliação. Em sua linguagem
simples, trouxeram-me isto de forma absoluta, a única coisa na qual minha alma
pode repousar. Eu descobri que as Santas Escrituras não somente fazem-nos
encontrar a justificação pela fé, mas também mostram o fundamento de toda vida
humana, as santas ordenanças que devem governar toda existência humana na
Sociedade e no Estado.”
Assim
começou sua vida cristã. Na cruz ele fez a grande rendição de si mesmo ao seu
Salvador e ao seu serviço. “Dar testemunho de Cristo” tornou-se a paixão de sua
vida: que Cristo é Rei em cada departamento da vida e a atividade humana era a
diretriz que ele manteve soando em todos os seus escritos, discursos e labores.
Quer como teólogo ou como estadista, como um líder na política, como presidente
do sindicato cristão, como promotor da educação cristã, tudo foi feito com a
ardente convicção de que: “Cristo governa
não simplesmente pela tradição do que ele outrora foi, falou, fez e suportou; mas por um poder vivo que
ainda agora, assentado como ele está à mão direita de Deus, exerce sobre terras
e nações, gerações, famílias e indivíduos.”
Assim, o
encontro de alguns livros perdidos, a leitura de uma novela, o ensino de um
povo inculto, são as experiências que explicam, em parte, a grande obra do dr.
Kuyper. Quanto mais uma pessoa conhece o vasto escopo do variado labor desse grande
homem, tanto mais profundamente impressionado fica com o extraordinário
significado da produção devocional e mística de sua caneta. Profunda erudição
teológica, grande habilidade política, perspicácia intelectual extraordinária
em qualquer linha em geral não é tido ser compatível com a fé simples como de
uma criança, discernimento místico e doçura de alma.
Mas, nas palavras
de um crítico de sua obra-prima devocional, Estar Perto de Deus, “Este livro de meditações refuta a idéia de
que um teólogo profundo não pode ser um cristão afetuoso.” O próprio autor
conta a história: “A comunhão de estar
perto de Deus deve tornar-se realidade, na realização plena e vigorosa de nossa
vida. Deve penetrar e dar cor a nossos sentimentos, nossas percepções, nossas
sensações, nossos pensamentos, nossa imaginação, nossa vontade, nosso agir,
nosso falar. Não deve colocar-se como um fator estranho em nossa vida, mas deve
ser a paixão que inspira por toda existência.”
Na busca
desse ideal, o dr. Kuyper gastou tempo para adicionar ao seu grande trabalho a
produção de meditações devocionais toda semana. Ele escreveu mais de duas mil
delas. São de um caráter inteiramente único. É dito sobre elas que formam uma
literatura por si mesmas, e estão em sintonia com as melhores obras dos
místicos holandeses, tais como Johannes Ruysbroek, Cornelius Jansinius, e
Thomas de Kempis.
Com vigor
quase imbatível, o dr. Kuyper continuou seu labor até bem perto do fim.
Assistindo aos seus últimos momentos de vida, um amigo e colega perguntou-lhe: “Eu direi ao povo que Deus tem sido seu
Refúgio e Fortaleza até o fim?” Embora fraco, a resposta veio imediatamente
num distinto sussurro: “Sim, totalmente.”
(Adaptado
da Introdução feita por John Hendrik de Vries, em sua tradução do clássico
devocional do dr. Kuyper, Para Estar Perto de Deus. Retirado da famosa obra do dr. Kuyper: Calvinismo, ed. Cultura Cristã; p. 9-15; tradução Ricardo Gouveia e Paulo Arantes)
Aqui tem um video do enterro do dr. Kuyper, que mostra um pouco da popularidade e importância desse grande homem de Deus na Holanda
Aqui tem um video do enterro do dr. Kuyper, que mostra um pouco da popularidade e importância desse grande homem de Deus na Holanda
2 de jan. de 2012
As Institutas em Video - Cápitulo I
Para começar bem o ano, vou publicar aqui alguns videos de trechos da Opus Magnum de João Calvino, suas Institutas da Religião Cristã. Para aqueles que não conhecem nada do Calvino é uma ótima oportunidade! Esse primeiro video é sobre a Terrível Majestade Divina.
Os videos foram produzidos pelo Rev. Josemar Bessa, (confira o site dele aqui) e são publicados aqui com permissão.
1 de jan. de 2012
Pensar...: Kuyper: direita ou esquerda?
Para começar bem o ano, um excelente artigo traduzido pelo Igor Miguel sobre o teólogo e estadista holandês Abraham Kuyper:
Pensar...: Kuyper: direita ou esquerda?: Trecho do artigo: "Cem Anos do Partido Anti-Revolucionário de Abraham Kuyper"* Por Gordon J. Spykman "Politicamente, Kuyper acredit...
Pensar...: Kuyper: direita ou esquerda?: Trecho do artigo: "Cem Anos do Partido Anti-Revolucionário de Abraham Kuyper"* Por Gordon J. Spykman "Politicamente, Kuyper acredit...
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