“Consolai, consolai o
meu povo, diz o vosso Deus. Falai benignamente a Jerusalém, e bradai-lhe que já
a sua milícia é acabada, que a sua iniqüidade está expiada e que já recebeu em
dobro da mão do SENHOR, por todos os seus pecados. Voz do que clama no deserto:
Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo o
vale será exaltado, e todo o monte e todo o outeiro será abatido; e o que é
torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará. E a glória do SENHOR se
manifestará, e toda a carne juntamente a verá, pois a boca do SENHOR o disse. Uma
voz diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a
sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o
Espírito do SENHOR. Na verdade o povo é erva. Seca-se a erva, e cai a flor,
porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente. Tu, ó Sião, que anuncias
boas novas, sobe a um monte alto. Tu, ó Jerusalém, que anuncias boas novas,
levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá:
Eis aqui está o vosso Deus. Eis que o Senhor DEUS virá com poder e seu braço
dominará por ele; eis que o seu galardão está com ele, e o seu salário diante
da sua face. Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços
recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam guiará
suavemente.” Isaías 40:1-11
“Abençoaste, SENHOR, a
tua terra; fizeste voltar o cativeiro de Jacó. Perdoaste a iniqüidade do teu
povo; cobriste todos os seus pecados.” Salmos 85:1-2
“Escutarei o que Deus,
o SENHOR, falar; porque falará de paz ao seu povo, e aos santos, para que não
voltem à loucura. Certamente que a salvação está perto daqueles que o temem,
para que a glória habite na nossa terra. A misericórdia e a verdade se
encontraram; a justiça e a paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a
justiça olhará desde os céus. Também o SENHOR dará o que é bom, e a nossa terra
dará o seu fruto. A justiça irá adiante dele, e nos porá no caminho das suas
pisadas.” Salmos 85:8-13
“Princípio do
Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus; Como está escrito nos profetas: Eis
que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante
de ti. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as
suas veredas. Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de
arrependimento, para remissão dos pecados. E toda a província da Judéia e os de
Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão,
confessando os seus pecados. E João andava vestido de pêlos de camelo, e com um
cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre. E
pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não
sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas. Eu, em
verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito
Santo.” Marcos 1:1-8
Os textos do calendário cristão para o segundo domingo do
Advento, se focam em João Batista, aquele que preparou o caminho. (Um outro
texto no calendário é 2 Pedro 3:8-15, mas preferi focar apenas nesses textos).
O corpo central
do nosso texto apresenta-nos a missão de João Baptista (vers. 2-3), a sua
pregação (vers. 4), a reação dos ouvintes (vers. 5), o seu estilo de vida
(vers. 6) e o testemunho de João sobre Jesus (vers. 7-8).
Qual é, pois, a missão de João? De acordo com o nosso texto, é ser o “mensageiro” que prepara o caminho para o “Messias”, “Filho de Deus” (vers. 2). A propósito da apresentação da missão de João, o autor apresenta uma citação que atribui ao Profeta Isaías mas que é, na realidade, um conjunto de afirmações retiradas do Êxodo (cf. Ex 23,20), de Isaías (cf. Is 40,3) e de Malaquias (cf. Mal 3,1): “Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. A acumulação de citações tiradas da Torah e dos Profetas sugere que João é esse mensageiro de Deus do qual falavam as promessas antigas, e que devia vir anunciar e preparar o Povo de Deus para a intervenção definitiva de Deus na história.
No Deserto – João pregava no deserto visando fazer distinção entre
ele e os líderes religiosos corruptos de Jerusalém, bem como simbolicamente
relembrar Israel do êxodo (Cf. Jr. 2) e da promessa do retorno do exílio (Is.
40.1).
Pelos de camelo – As roupas e o alimento de João o identificavam
com a prática dos profetas do Antigo Testamento (2 Rs. 1.8; Zc. 13.4)
Marcel Lins de Camargo escreve, no livro Cosmovisão Cristã eTransformação (Editora Ultimato), sobre o ministério de João Batista em Lucas 3:7-17,
e, de acordo com ele, estudando a narrativa profética de João podemos
destacar alguns pontos bem interessantes:
1- Lucas 3:7-9- Aqui João profetiza sobre o juízo de Deus e
o arrependimento
2-Lucas 3:11- O profeta nos remete a distribuição de renda
3-Lucas 3:12 e 13- Novamente parece nos que João teria lido
os modernos tratados de economia e sociologia, pois relaciona em sua profecia a
denuncia contra a corrupção e as mazelas da pobreza na renda concentrada
4- Lucas 3:14- Nessa passagem sua voz profética sugere um
conteúdo pró-anistia e um protesto contra a tortura e o abuso de autoridade
5- Lucas 3:15 e 17- Por fim, João profetiza a vinda de
Cristo como doador do Espírito Santo
Esses 5 temas compunham o conteúdo do ministério profético
de João.
Hoje, nós, como igreja de Cristo estamos aguardando o dia em
que o Senhor virá. Tanto no sentido que estamos no advento, aguardando o natal,
quando lembraremos que Jesus veio e carne e habitou entre nós, como no sentido
em que aguardamos a volta de Cristo. Será que, como Igreja, não tem algo na
mensagem de João Batista que nós podemos (devemos) aprender? Será que uma
distribuição de renda mais justa é menos necessária hoje, do que naquele tempo?
Será que hoje há menos corrupção ou pobreza que naquela época? Será que hoje
não existem tortura ou abuso de autoridade? Será que hoje a mensagem de Cristo
é menos necessária?
Que durante essa semana possam aprender com João Batista, e
sua mensagem no deserto...
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"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."
Agostinho de Hipona