16 de dez. de 2011

TULIP - Os Cinco Pontos do Calvinismo - 2 - Eleição Incondicional


 Continuando a série sobre os cinco pontos do Calvinismo, chegamos ao terceiro ponto, que é a eleição incondicional, um dos pontos que começam a gerar um pouco mais de polêmica. Se quiser entendê-lo bem, leia os outros textos de novo! Aqui e aqui

 A ELEIÇÃO CONDICIONAL CONTRASTADA COM A ELEIÇÃO INCONDICIONAL

 Arminianismo: A escolha divina de certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do mundo, foi baseada na Sua previsão (presciência) de que eles responderiam à Sua chamada (fé prevista). Deus selecionou apenas aqueles que Ele sabia que iriam, livremente e por si mesmos, crer no Evangelho. A eleição, portanto, foi determinada ou condicionada pelo que o homem iria fazer. A fé que Deus previu e sobre a qual Ele baseou a Sua escolha não foi dada ao pecador por Deus (não foi criada pelo poder regenerador do Espírito Santo), mas resultou tão somente da vontade do homem. Foi deixado inteiramente ao arbítrio do homem o decidir quem creria e, por conseguinte, quem seria eleito para a salvação. Deus escolheu aqueles que Ele sabia que iriam, de sua livre vontade, escolher a Cristo. Assim, a causa última da salvação não é a escolha que Deus faz do pecador, mas a escolha que o pecador faz de Cristo.

Calvinismo: A escolha divina de certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do mundo, repousou tão somente na Sua soberana vontade. A escolha de determinados pecadores feita por Deus não foi baseada em qualquer resposta ou obediência prevista da parte destes, tal como fé ou arrependimento. Pelo contrário, é Deus quem dá a fé e o arrependimento a cada pessoa a quem Ele escolheu. Esses atos são o resultado e não a causa da escolha divina. A eleição, portanto, não foi determinada nem condicionada por qualquer qualidade ou ato previsto no homem. Aqueles a quem Deus soberanamente elegeu, Ele os traz, através do poder do Espírito, a uma voluntária aceitação de Cristo. Desta forma, a causa última da salvação não é a escolha que o pecador faz de Cristo, mas a escolha que Deus faz do pecador.

B.  ELEIÇÃO INCONDICIONAL


João Calvino disse: O Fundamento de nossa vocação é a eleição divina gratuita pela qual fomos ordenados para a vida antes que fôssemos nascidos. Desse fato depende nossa vocação, nossa fé, a concretização de nossa salvação.” [João Calvino, Gálatas, (Gl 4.9), p. 128].
Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, eles não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Ele é santo, justo e bom, ao passo que eles são pecaminosos, perversos e corruptos- Deixados à sua própria escolha, eles inevitavelmente seguem o deus deste século e fazem a vontade do seu pai, o diabo. Consequentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a doutrina da eleição.
 A doutrina da eleição declara que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça de Adão para ser o objeto de Seu imerecido amor, para a adoção. Esses, e somente esses, Ele propôs salvar. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez nem uma coisa nem outra. Na verdade, quando olhamos honestamente para o estado do homem, nosso espanto não deveria ser porque alguns não são salvos. Deveríamos ficar maravilhados e espantados pois alguns serão salvos, pois Deus não tinha a obrigação de salvar ninguém!
Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus. Assim dizemos que a resposta humana a Deus não é o objetivo, mas o resultado da eleição. Como disse João Calvino: A santidade, a inocência, e assim toda e qualquer virtude que porventura exista no homem, são frutos da eleição” [João Calvino, Efésios, (Ef 1.4), p. 25]
Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. É suficiente saber que o Juiz de toda a terra tem agido bem e justamente. Deve-se, contudo, ter em mente que se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo, e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo. O fato de Ele ter feito isto para alguns, à exclusão dos outros, não é de forma alguma injusto para os excluídos, a menos que se mantenha que Deus estava na obrigação de prover salvação a todos os pecadores - o que a Bíblia rejeita cabalmente.
A doutrina da eleição deve ser vista não apenas contra o pano de fundo da depravação e culpa do homem, mas também deve ser estudada em conexão com o Eterno Pacto ou acordo feito entre os membros da Trindade. Pois foi na execução deste pacto que o Pai escolheu desse mundo de pecadores perdidos um número definido de indivíduos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. O Filho, nos termos desse pacto, concordou em fazer tudo quanto era necessário para salvar esse povo escolhido e que lhe foi concedido pelo Pai. A parte do Espírito na execução desse pacto foi e é a de aplicar aos eleitos a salvação adquirida para eles pelo Filho. A eleição então, não se baseia nas obras, mas n’Aquele que chama. 
A eleição, portanto, é apenas um aspecto (embora muito importante) do propósito salvador do Deus Triuno, e dessa forma não deve ser vista como salvação. O ato da eleição em si mesmo não salvou ninguém. O que ele fez foi destacar (marcar) alguns indivíduos para a salvação. Desta forma, a doutrina da eleição não deve ser divorciada das doutrinas da culpa do homem, da redenção e da regeneração, pois de outra forma ela será distorcida e deturpada. Em outras palavras, se quisermos manter em sua perspectiva bíblica, e corretamente entendido, o ato da eleição do Pai deve ser relacionado com a obra redentora do Filho, que Se deu a Si mesmo para salvar os eleitos e com a obra renovadora do Espírito, que traz o eleito à fé em Cristo.

Os Calvinistas sustentam que o pré-conhecimento de Deus está baseado no propósito ou no plano de Deus, de modo que a eleição não está baseada em alguma condição imaginária inventada pelo homem, mas resulta da livre vontade do Criador à parte de qualquer de qualquer obra de fé do homem espiritualmente morto. Deus tem misericórdia de quem Ele quiser ter misericórdia, e Deus usa a desobediência dos homens (p.e. Faraó, na história do Êxodo) para a glória de Deus.

1.   Declarações gerais mostrando que Deus tem um povo eleito, que Ele predestinou esse povo para a salvação e, desta forma, para a vida eterna:

 Dt 10.14-15 Eis que do Senhor teu Deus são o céu e o céu dos céus, a terra e tudo o que nela há. Entretanto o Senhor se afeiçoou a teus pais para os amar; e escolheu a sua descendência depois deles, isto é, a vós, dentre todos os povos, como hoje se vê.
   Sl 33.12 Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança.
   Sl 65.4 Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para habitar em teus átrios! Nós seremos satisfeitos com a bondade da tua casa, do teu santo templo.
   Ag 2.23 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel, diz o Senhor, e te farei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o Senhor dos exércitos.
   Mt 11.27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
   Mt 22.14 Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
   Mt 24.22 E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.
   Mt 24.31 E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.
   Lc 18.7 E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles?
   Rm 8.28-30 E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.
   Rm 8.33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica;
   Rm 11.28 Quanto ao evangelho, eles na verdade, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.
   Cl 3.12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade,
   I Ts 5.9 porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo,
   Ti 1.1 Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o pleno conhecimento da verdade que é segundo a piedade,
   I Pe 1.1-2 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos peregrinos da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
   I Pe 2.8-9 e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
   Ap 17.14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis.

2.  Antes da fundação do mundo, Deus escolheu determinados indivíduos para a salvação. Sua escolha não foi baseada em qualquer resposta ou ato previsto, a ser cumprido pelos escolhidos. A fé e as boas obras são o resultado e não a causa da escolha divina.

a)      Deus fez a escolha:

Mc 13.20 Se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém se salvaria mas ele, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias.
   I Ts 1.4 conhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição;
   II Ts 2.13 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,

b)     A escolha divina foi feita antes da fundação do mundo:

Ef 1.4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
   II Ts 2.13 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,
   II Tm 1.9 que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,
   Ap 13.8 E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
   Ap 17.8 A besta que viste era e já não é; todavia está para subir do abismo, e vai-se para a perdição; e os que habitam sobre a terra e cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo se admirarão, quando virem a besta que era e já não é, e que tornará a vir.

c)    Deus escolheu determinados indivíduos para a salvação - seus nomes foram escritos no livro da vida antes da fundação do mundo:

Ap 13.8 E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
   Ap 17.8 A besta que viste era e já não é; todavia está para subir do abismo, e vai-se para a perdição; e os que habitam sobre a terra e cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo se admirarão, quando virem a besta que era e já não é, e que tornará a vir.


d)     A escolha divina não foi baseada em qualquer mérito previsto naqueles a quem Ele escolheu, nem foi baseada em quaisquer obras previstas, realizadas por eles:

Rm 9.11-13 (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú.
   Rm 9.16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia.
   Rm 10.20 E Isaías ousou dizer: Fui achado pelos que não me buscavam, manifestei-me aos que por mim não perguntavam.
   I Co 1.27-29 Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são; para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus.
   II Tm 1.9 que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,
e) As boas obras são o resultado e não a base da predestinação:

Ef 1.12 com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo;
   Ef 2.10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.
   Jo 15.16 Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.

f) A escolha divina não foi baseada na fé prevista. A fé é o resultado e, portanto, a evidência da eleição divina, não a causa ou base de Sua escolha:

At 13.48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.
   At 18.27 Querendo ele passar à Acáia, os irmãos o animaram e escreveram aos discípulos que o recebessem; e tendo ele chegado, auxiliou muito aos que pela graça haviam crido.
   Fl 1.29 pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele,
   Fl 2.12-13 De sorte que, meus amados, do modo como sempre obedecestes, não como na minha presença somente, mas muito mais agora na minha ausência, efetuai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
   I Ts 1.4-5 conhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição; porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção, como bem sabeis quais fomos entre vós por amor de vós.
   II Ts 2.13-14 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,e para isso vos chamou pelo nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
   Tg 2.5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que são pobres quanto ao mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?

g) É através da fé e das boas obras que alguém confirma sua chamada e eleição:

II Pe 1.5-11 E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,e à ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, vendo somente o que está perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

3.  A eleição não é a salvação, mas é para a salvação. Assim como o presidente eleito não se torna o presidente de fato até o dia da sua posse (instalação), assim aqueles que são eleitos para a salvação não são salvos até que sejam regenerados pelo Espírito e justificados pela fé em Cristo:(Em Efésios 1:4 Paulo mostra que os homens foram eleitos “em Cristo” antes que o mundo existisse. Em Rm 16:7 ele mostra que os homens não estão realmente “em Cristo” até que se convertam).

Rm 11.7 Pois quê? O que Israel busca, isso não o alcançou; mas os eleitos alcançaram; e os outros foram endurecidos,
   II Tm 2.10 Por isso, tudo suporto por amor dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que há em Cristo Jesus com glória eterna.
   At 13.48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.
   I Ts 2.13-14 Por isso nós também, sem cessar, damos graças a Deus, porquanto vós, havendo recebido a palavra de Deus que de nós ouvistes, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo ela é na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós que credes. Pois vós, irmãos, vos haveis feito imitadores das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judéia; porque também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que elas padeceram dos judeus;
   Ef 1.4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
   Rm 16.7 Saudai a Andrônico e a Júnias, meus parentes e meus companheiros de prisão, os quais são bem conceituados entre os apóstolos, e que estavam em Cristo antes de mim.

4. A eleição foi baseada na misericórdia soberana e especial de Deus. Não foi a vontade do homem, mas a vontade de Deus que determinou que pecadores iriam ser alvos da misericórdia e ser salvos:

Ex 33.19 Respondeu-lhe o Senhor: Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o meu nome Jeová; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer.
   Dt 7.6-7 Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a terra. O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que todos os outros povos, pois éreis menos em número do que qualquer povo;
   Mt 20.15 Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?
   Rm 9.10-24 E não somente isso, mas também a Rebeca, que havia concebido de um, de Isaque, nosso pai (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito: O maior servirá o menor.  Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum.Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão.  Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia. Pois diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei: para em ti mostrar o meu poder, e para que seja anunciado o meu nome em toda a terra. Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece. Dir-me-ás então. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso? E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
   Rm 11.4-6 Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões que não dobraram os joelhos diante de Baal. Assim, pois, também no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça. Mas se é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.
   Rm 11.33-36 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
   Ef 1.5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,

5. A doutrina da eleição é apenas uma parte da doutrina bíblica mais ampla da soberania de Deus. As Escrituras não apenas ensinam que Deus predestinou certos indivíduos para a vida eterna, mas que todos os eventos, grandes ou pequenos, acontecem como o resultado do eterno decreto de Deus. O Senhor Deus reina sobre os céus e a terra com absoluto controle. Nada acontece fora do Seu eterno propósito:

I Cr 29.10-12 Pelo que Davi bendisse ao Senhor na presença de toda a congregação, dizendo: Bendito és tu, ó Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade. Tua é, ó Senhor, a grandeza, e o poder, e a glória, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há no céu e na terra; teu é, ó Senhor, o reino, e tu te exaltaste como chefe sobre todos. Tanto riquezas como honra vêm de ti, tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.
   Jó 42.1-2 Então respondeu Jó ao Senhor: Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
   Sl 115.3 Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz.
   Sl 135.6 Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos.
   Is 14.24 O Senhor dos exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.
   Is 14.27 Pois o Senhor dos exércitos o determinou, e quem o invalidará? A sua mão estendida está, e quem a fará voltar atrás?
   Is 46.9-11 Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigüidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade; chamando do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito, e também o executarei.
   Is 55.11 assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
   Jr 32.17 Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!
   Dn 4.35 E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?
   Mt 19.26 Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.

Outros Recursos:

http://www.youtube.com/watch?v=Sy0e8Ok53S0 – John Piper sobre Depravação Total e Graça Irresistível

http://www.youtube.com/watch?v=AjxJdjFmh2M – John Piper sobre Eleição Incondicional

http://www.igrejaesperanca.org.br/podcast/series/3-os-canones-de-dort - Pr. Guilherme de Carvalho explica os 5 pontos.

9 comentários:

  1. Olá, tudo bem? Cara, estou começando a estudar sobre o assunto, mas ainda tenho muitas dúvidas. E uma delas você abordou no texto. É dito que os eleitos foram escolhidos antes da fundação do mundo. Isso quer dizer que a queda do homem já estava prevista e fazia parte dos planos de Deus ou que, com ou sem pecado, alguns seriam salvos e outros não?

    Um grande abraço.

    Em Cristo,

    Victor Bimbato

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  2. Olá Victor,

    Obrigado pela visita ao Blog, pelo comentário, e pela pergunta que serve para a edificação de todos nós. Devo confessar que também estou apenas aprendendo a respeito e escrevo a partir desse aprendizado, então perdoe minha limitação nas explicações.

    Bom, quanto a pergunta em si, creio que a primeira opção seria correta. Como a Bíblia diz em Jó:

    Jó 42.2 – Bem sei que tudo podes, e nenhum dos Teus planos pode ser frustrado.

    Nenhum plano de Deus pode ser impedido. Assim, se o plano de Deus fosse que não houvesse Queda, simplesmente não existiria. Então, o mal não pode agir independente da vontade de Deus.

    Como Deus criou todas as coisas, não existe origem espontânea do mal. O mal não surgiu do nada. O Ser de Deus tem uma característica que nós não temos: a independência. Deus é o único Ser que não depende da existência de coisa nenhuma. Deus não depende de nada nem de ninguém.

    Portanto, se o mal existe, não é uma coisa que foi imposta a Deus. O mal não surgiu do nada e nem contra a vontade de Deus; e o mal não tem origem eterna, ou seja, o mal não existe desde sempre. Se o mal não existiu desde sempre, se ele não surgiu do nada, se ele não foi imposto a Deus, portanto, o mal existe debaixo da responsabilidade de Deus.

    Se o mal surge sob a responsabilidade de Deus é porque existe algum motivo para a existência do mal, tem um objetivo dentro do plano de Deus.
    A Bíblia diz que o sangue de Jesus era conhecido desde antes da fundação do mundo. Deus sabia que o homem cairia em pecado. Deus estabeleceu um plano, Seus propósitos, Decretos Eternos, que significa que esses decretos existem desde sempre. Então, nos decretos eternos de Deus estava incluído o mal.

    Se dissermos que o mal não faz parte do plano de Deus, não está nos decretos eternos de Deus, estaremos dizendo que existe um outro poder que não está debaixo de Deus. Deus deixaria de ser Onipotente, Onipresenten, Onisciente, Soberano. Cremos que Deus é onipotente, então o mal está sob o Seu poder. Cremos que Deus é onisciente, então o mal está sob o Seu conhecimento. Cremos que Deus é Soberano, então o mal está debaixo da sua vontade.

    Claro que sei que tudo isso é muito complexo, e soa estranho, a não ser que entendamos que todas as coisas foram criadas para a glória de Deus (Rom. 11:33-36), e que, portanto, ele as estabeleceu de tal forma que Lhe dessem mais glória e que Ele fosse revelado da forma mais Gloriosa. Então, de uma forma que para nós é, de certa forma, um mistério, o mal faz parte do plano eterno de Deus. Lutero, por exemplo, dizia que: “O diabo é o diabo de Deus.”

    Espero que tenha respondido, senão é só continuar perguntando, que vou tentando responder!

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  3. Muito obrigado pela resposta. Mas ainda ficou uma dúvida. Pelo que eu entendi do post anterior - e se eu estiver errado, por favor me corrija - Agostinho defendia que Adão tinha certa liberdade de escolha, mas, por causa da queda, daí então ele comprometeu toda a criação. Se ele tinha essa liberdade, ele poderia simplesmente não ter caído. Como isso se encaixaria nos planos da queda?

    Valeu pela atenção!

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  4. Cara, dá uma lida nesse artigo: http://www.ebenezer.org.br/Download/Onezio/A%20Eterna%20Predestinacao.pdf

    Talvez ajude um pouco, senão é só continuar perguntando. Só não encontrei a referência de Agostinho que você falou, em qual post que está?

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  5. "Originalmente, a vontade de Adão estava livre do domínio do pecado. Ele não estava sujeito a qualquer compulsão natural para escolher o mal; porém, por sua queda, trouxe a morte espiritual sobre si mesmo e sobre toda a sua posteridade. Desse modo, lançou a si mesmo e a toda a raça na ruína espiritual e perdeu para si e para os seus descendentes a habilidade de fazer escolhas certas no campo espiritual. Seus descendentes ainda são livres para escolher - todo homem faz escolhas em sua vida - mas, visto que a geração de Adão nasce com natureza pecaminosa, não tem a habilidade para escolher o bem ao invés do mal."

    Isso foi o que você postou. Eu falei que foi Agostinho, pq, de acordo com informações que eu recebi anteriormente, ele fala algo do tipo. Se não for, desculpa. hahahahaha. Eu estou começando a ler Agostinho de verdade.

    Lerei o link indicado!

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  6. Ah tá, é que fiquei procurando uma citação de Agostinho que tivesse usado nesse sentido. Leu lá?

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  7. Bom dia, Abençoado tenho uma forte influência paulina, calvinista e principalmente, Jose Luisiana, se posso definir assim, rsrs, sou de "Creciendo En Gracia" há 10 anos, fui do Sistema Denominacional quase 30 anos... Uma questão de nossa eleição, quando fomos predestinados ANTES foi em que? Em espírito! OK!! assim recebo e entendo.. Mas como fica os que afirmam ser Eleitos mas... Utilizam uma externalidade religiosa, uma falsa piedade. E se para a teologia calvinista uns foram condenados ao inferno.. Por que Paulo nunca se referiu a um lugar de sofrimento? Para Paulo em Corintios, ele se referiu a Sepultura... como ficamos? melhor dia Syd

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  8. Gostaria de perguntar sobre 2. Tm. 2:10. Porque um eleito é salvo dependendo de nós, ou não será assim?

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"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona